Desde que nos entendemos por gente, os objetos que carregamos
por toda a vida nos ajudam a contar a história de quem somos. Determinados
objetos vão muito além do valor material, guardando em se memorias de momentos,
de pessoas e de sensações. Essa pequena marretinha feita de madeira estar
comigo há 13 anos, a mesmo traz consigo uma história um tanto engraçada, que me
desperta muitas lembranças e saudades de minha avó paterna. Lembro-me de
poucas coisas referentes a minha infância, mas esse episódio em especial estar
guardado em minha mente e em meu coração. Desde criança sempre tive o hábito de
visitar minha avó, ela morava em um sítio e o percurso de minha casa até lá era
um tanto distante, em média 40 minutos de caminhada, mas apesar da distância
era o meu passeio semanal sagrado. Recordo-me que os melhores momentos de minha
infância vivenciei nesse sítio, era um lugar calmo, silencioso que trazia uma
paz inexplicável. Sempre que ia visitá-la algo na casa me intrigava, a última
gaveta da cômoda da sala do meio, a mesma sempre estava fechada de cadeado e
aquilo me despertou uma grande curiosidade, até que um dia tive a oportunidade,
e no meu ápice de curiosidade revirei a casa toda e finalmente encontrei a
chave da bendita gaveta, quando abri fiquei encantada com o que vi, inúmeros
objetos feitos de madeira, carrinhos, bonecos, pião, mas um em especial chamou
minha atenção, a marretinha. Todos esses objetos eram feitos pelo meu primo,
minha avó ficou tão admirada quanto eu com os objetos contidos naquela gaveta,
era explicito o quanto eu queria aquela marretinha em especial. Então fizemos
um trato, ela disse que me daria, mas com uma condição de nunca dizer como e
quem tinha me dado a bendita marretinha, e assim aconteceu, trouxe o objeto pra
casa e escondi na minha gaveta. Até tempos atrás meu primo nem desconfiava quem
tinha pego. Os anos se passaram e agora ele é meu vizinho, e um dia
ironicamente, assim como eu mexendo em minha gaveta ele descobriu que quem
pegou a marretinha foi eu. Essa marretinha rendeu muitas outras histórias, e
até hoje guardo no meu porta joias na
gaveta de minha cômoda com todo amor e carinho do mundo, esse pequeno objeto é
de grande importância e me traz um misto de sensações e saudades de minha
infância e principalmente de minha avó.
Por: Gabriele Marques
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